Felizmente não! Dor testicular é apenas um dos principais sintomas de torção testicular, mas não a única. Outras doenças podem evoluir com dor testicular, como a orquiepididimite, a varicocele, a hidrocele infectada (piocele), os hematomas devido a traumas locais (como a famosa bolada ou chute no escroto).
Claro que dor testicular sempre nos preocupa, e muito, pois NÃO É UMA COISA NORMAL! E, portanto, é recomendável que seja avaliado por um médico sempre que ocorrer.
A principal causa da torção testicular é um defeito na fixação testicular normal, do mesmo à bolsa escrotal! Na grande maioria das vezes o defeito mais observado é o do tipo BADALO DE SINO, onde temos uma grande quantidade de cordão espermático, dentro da túnica vaginal e o testículo encontra-se completamente solto na bolsa escrotal. Isso, associado a uma forte contração assíncrona do músculo cremaster (que é aquele que eleva os testículos em direção a virilha), pode desencadear o processo de torção do cordão espermático no seu próprio eixo.
Portanto como podem perceber, não tem torção testicular quem quer, só quem pode!
Sim! E quanto mais rápido ele for realizado, maior a chance de salvar o testículo acometido, lembrando que após 12 horas após o início dos sintomas a chance cai consideravelmente, e após 24 horas é praticamente nula a chance de ter um testículo viável. Imaginem se fosse um infarto do coração, você iria esperar 1 dia tendo dor no peito, para procurar auxílio médico?
Lembro também que devemos já no mesmo ato cirúrgico, realizar a fixação testicular do outro testículo, pois ele apresenta o mesmo defeito congênito de fixação testicular que desencadeou a torção.
Quando temos uma evolução de mais de 6 horas para o tratamento da torção testicular, existe no testículo a morte de algumas células, não de todas, em graus variáveis dependendo do tempo de torção e de quantas voltas torcidas ele tinha, pois evoluem com graus variáveis de isquemia. Portanto pode acontecer de um testículo ficar menor que o outro.
Por isso que durante o curso pós operatório, devemos acompanhar o desenvolvimento testicular para ver se está tendo um crescimento adequado, menor ou atrofia.
Como geralmente a torção acomete somente um dos testículos, mesmo que seja necessário a remoção completa dele, o testículo remanescente irá produzir espermatozoides e hormônios em quantidades suficientes para todas as funções orgânicas e reprodutivas, durante toda a vida. Mas lembre-se que para isso seria bom afastar-se de situações como aquela “bolada” do futebol, esportes de contato, que podem machucar gravemente o único testículo remanescente, aí se isso acontecer, as coisas podem complicar.
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