Para uma criança, a perspectiva de uma cirurgia pode ser assustadora e estressante. Para uma criança com autismo, essa experiência pode ser ainda mais desafiadora devido a possíveis dificuldades na compreensão, comunicação e sensibilidade sensorial.
O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição neurológica que pode afetar a maneira como uma pessoa se comunica, interage socialmente e processa informações. Logo, crianças com autismo são mais sensíveis a qualquer mudança na rotina ou a serem separadas de seus cuidadores, o que pode causar grande desconforto ao entrar em um ambiente cirúrgico, por exemplo.
No entanto, existem formas de ajudar a criança com TEA, tanto nos momentos pré-cirúrgicos, quanto a lidar melhor com o processo do início ao fim. Abaixo você encontrará algumas dicas importantes.
Antes da cirurgia
Obtenha o máximo de informações: Assim que você descobrir que seu filho precisará passar por uma cirurgia, é necessário obter o máximo de informação possível sobre a cirurgia. Perguntas que podem ajudar são: Quando e onde a cirurgia será realizada? O que a cirurgia afeta? Quão invasivo será o procedimento? Qual é o tempo de recuperação típico?
Relate também as necessidades do seu filho ao médico.
Agende a cirurgia para uma boa data e hora: Pacientes com TEA podem ter um tempo de recuperação incomum em comparação com outras pessoas. Faça todo o possível para evitar o agendamento da cirurgia em uma semana ocupada para você ou seu filho, seja por causa de sua escola, seu trabalho, sua terapia ou quaisquer atividades externas que possam entrar em conflito com a cirurgia ou com o período de recuperação.
Use comunicação adaptada: Utilize recursos visuais, como imagens, histórias sociais ou vídeos, para explicar o procedimento cirúrgico de maneira visual e adaptada ao nível de compreensão da criança. Isso pode reduzir a ansiedade e ajudar a criança a entender o que esperar.
Estabeleça uma rotina de conversas: Converse regularmente sobre a cirurgia, respondendo às perguntas da criança e tranquilizando-a sobre o processo. Ofereça informações claras e honestas, adaptadas à capacidade de compreensão dela.
Visitas antecipadas ao hospital: Se possível, faça visitas prévias ao hospital para que a criança possa se familiarizar com o ambiente, conhecer os profissionais e entender o que acontece no local.
Converse com a equipe médica: Explique à equipe médica sobre o autismo da criança, suas preferências e desafios específicos. Isso ajudará a equipe a adaptar o ambiente e as interações para melhor atender às necessidades da criança.
No dia da cirurgia
Respeite as sensibilidades da criança: Leve em consideração as sensibilidades sensoriais da criança. Se ela é sensível a luzes, sons ou texturas, traga itens que possam ajudar a minimizar o desconforto, como fones de ouvido, óculos de sol ou objetos sensoriais.
Vista-a confortavelmente: Permita que a criança use roupas confortáveis e familiares, considerando suas preferências sensoriais.
Mantenha uma rotina estável: Tente manter a rotina da criança o mais consistente possível no dia da cirurgia, seguindo seus hábitos e atividades regulares sempre que viável.
Precisamos lembrar que cada criança com TEA é única, e as estratégias de apoio devem ser adaptadas às suas necessidades individuais. A preparação e o suporte adequados podem fazer uma grande diferença na capacidade da criança de lidar com a cirurgia, reduzindo o estresse e a ansiedade associados a esse evento. Por isso, é fundamental buscar orientação médica e terapêutica especializada para crianças com TEA.
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