A Onfalocele é o segundo defeito da parede abdominal mais comum. Caracterizada por uma abertura na região do anel umbilical, por onde se protui uma quantidade variável de intestino e outras vísceras, sendo recobertos por uma membrana formada por camadas do próprio cordão umbilical, pela membrana amniótica e o peritônio.
Pelo entendimento e conhecimento atual, consideramos que a principal causa para sua ocorrência é a incapacidade de retorno intestinal para a cavidade abdominal, durante o período embrionário, de formação do feto, uma vez que existe um cordão umbilical bem posicionado no topo do saco membranoso que recobre as vísceras. Essa doença está intimamente relacionada a outras más formações e síndromes cromossômicas, e geralmente são elas que determinam o grau de severidade da doença.
Como é feito o diagnóstico?
Seu diagnóstico geralmente é feito durante o exame de ultrassom pré-natal do primeiro trimestre, onde pode ser identificado outras más formações associadas. Estudos demonstram que a Onfalocele quando ocorre de forma isolada, o que ocorre somente em aproximadamente 15% dos casos, possui uma taxa de sobrevida maior que 90%, já se apresentar outras más formações, principalmente as cardíacas, a taxa de sobrevida cai consideravelmente. Quando associamos o estudo do cariótipo, que é um tipo de análise genética, ao ultrassom, é possível identificar entre 60 a 70% dos defeitos das más formações associadas, logo após o nascimento.
A gestação de fetos portadores de Onfalocele costuma ir até o termo (40 semanas), quando pode entrar naturalmente em trabalho de parto. Quanto ao tipo de parto, não foram demonstrados nos estudos realizados, nenhuma vantagem do parto cesárea em relação ao parto normal via vaginal, portanto esse deve ser o preferencialmente escolhido e realizado. Mas é claro que cada situação deve ser individualizada e cabe ao médico obstetra conversar e definir a melhor estratégia junto a família.
E o tratamento?
Após o nascimento, um adequado controle clínico do paciente deve ser realizado, associado a investigação de más formações, cardíacas, renais, abdominais, genéticas, etc. Uma vez que tudo esteja em ordem e o paciente apresentar condições clínicas favoráveis, podemos realizar a cirurgia para correção da Onfalocele. Podemos realizar o fechamento primário da cavidade abdominal e do defeito, se não for muito grande (menor que 1,5 cm), e a pressão intrabdominal não ficar elevada, se alguma dessas condições ocorrer, o tratamento estagiado deve ser instituído, com a confecção de um silo, um tipo de bolsa, ao redor do defeito abdominal e redução contínua e diária das vísceras para a cavidade abdominal, até que se permita o fechamento completo da onfalocele.
Utilizamos antibiótico profilático por 2 ou 3 dias e aguardamos o paciente apresentar trânsito intestinal para iniciar a dieta enteral. Após a boa recuperação e cicatrização pós-operatória e o paciente aceitando bem a dieta, pode-se dar alta hospitalar para casa.
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